quinta-feira, 30 de agosto de 2012

DE JOÃO PESSOA-PB PARA O BRASIL ,DOUGLAS SANTOS DE 18 ANOS, VEM A CADA JOGO GANHADO SEU ESPAÇO NO NÁUTICO-PE NO BRASILEIRÃO SÉRIE A 2012

(DOUGLAS SANTOS COMEMORANDO SEU 1° GOL COMO ATLETA PROFISSIONAL DO NÁUTICO-PE PELO ESTADUAL 2012)

Sonho alto. Quem sabe um dia jogar no Real Madri ou Barcelona.' Um desejo comum ao imaginário dos jovens que começam a trilhar os caminhos do futebol. O autor da frase inicial dessa reportagem carrega sonhos como milhares, talvez milhões, mas, diferentemente da imensa maioria, Douglas Santos pode já se considerar, sim, um vencedor. Aos 18 anos, o lateral-esquerdo assumiu a posição no Náutico deixando no banco o experiente, campeoníssimo Lúcio. Douglas chegou ao Alvirrubro por meio de um 'peneirão' (um processo seletivo do mundo do futebol) em fevereiro do ano passado. Se destacou na equipe de juniores, onde levantou o troféu do Pernambucano. Na época, seu talento chamou a atenção do ex-atacante e atual auxiliar técnico do futebol profissional, Kuki.

        (VASCO-PB ESTADUAL INFANTIL, DOUGLAS  SANTOS E O ULTIMO ATLETA AGACHADO DA DIREITA )

- Observei um treino do Douglas e comentei com o Márcio (técnico da base) que ele deveria treinar com o profissional pela qualidade que tem, pela personalidade e pelo modo de se portar em campo. Falei que a gente tinha que dar um jeito e falar com Waldemar, na época ele era o treinador, para puxá-lo para o elenco profissional. Então, teve um dia que o próprio Waldemar perguntou onde estava o menino da base, o Douglas, para trazê-lo de vez - lembra Kuki.
Douglas só não esperava que tudo acontecesse de forma tão rápida, em tão pouco tempo.

- Estava meio desenganado porque já havia feito outros testes no Corinthians, Internacional, Grêmio e Criciúma e não passei em nenhum deles. E eu só resolvi vir para o Náutico porque meu empresário disse para eu não desistir e tentar a seleção de outros times. Fiz e fiquei -  diz o tímido jovem de João Pessoa.

Na opinião de Kuki, o lateral-esquerdo tem um futuro brilhante e falar em Seleção Brasileira não é um exagero.

- A gente ficou bastante surpreso porque o Douglas superou nossas expectativas. Ele só teve um treino de grama alta, um sol a pino que ele sentiu mais. Mas no outro dia ele estava completamente solto e com uma semana já estava integrado com o grupo. E todo mundo percebia que Douglas tinha muita qualidade para se manter entre os outros jogadores. Eu só desejo ao Douglas toda sorte do mundo, que ele merece tudo de bom, que ele seja um vencedor, sempre com humildade. Ele é um cara para vestir a camisa de base da Seleção Brasileira.

Sonhos e desafios


Sem carro  – por enquanto -, o atleta conta com as caronas dos colegas Felipe e João Ananias para ir aos treinos do Náutico, além de morar com o seu empresário, Roberto, em Olinda. Douglas tem consciência dos desafios que enfrentará na carreira, mas não abre mão dos objetivos.

- Acho que todo atleta sonha em jogar no Barcelona, Real Madri ou qualquer outro grande time internacionalmente conhecido. Cada sonho a gente procurar realizar e eu tenho isso em mente e busco sim, trabalho para tornar meu sonho realidade. Então eu acho que na minha vida tudo vai ser difícil, vou encontrar muitos desafios, mas também vou ter muitos momentos felizes.

Para ele, o Náutico merece toda sua gratidão por ter o aberto as portas. A confiança depositada  faz com que Douglas sinta um carinho muito grande pelo Alvirrubro.


- O Náutico representa muito para mim, acho que toda minha vida está atrelada ao clube. Quando cheguei aqui eu não era nada e comecei a treinar no juvenil, Kuki me deu muitos conselhos e eu aprendi a amadurecer. Ele e o professor Waldemar foram os responsáveis por me trazer para o futebol profissional.  Kila (Gerente de futebol) também sempre conversava comigo, me dava força para treinar. Cada um que fizesse algo já era um problema a menos para encarar.

Depois de mencionar todas as pessoas importantes que  vêm o ajudando, Douglas faz uma pausa e cita – desta vez mais emocionado – a família que mora em João Pessoa. Ele faz questão de lembrar o apoio da mãe, do pai e dos avós, que orgulhosos assistem ao craque da família na televisão.

- Eu devo tudo isso que acontece comigo a minha família. Eles sempre me deram força. Sempre souberam que eu tinha esse sonho difícil de ser jogador, mas nunca deixaram de me apoiar. Sempre me enviaram mensagens positivas de que eu conseguiria. Assim que eu tenho uma folguinha eu vou visitá-los. E eu sei que todo dia de jogo é uma festa na casa da minha mãe. Dia de jogo é dia de a família inteira se reunir na frente da televisão para me ver jogar.



Padrinhos na vida e no esporte

Kuki

- Assim que eu cheguei e Kuki viu meu trabalho, ele disse para eu treinar muito, porque eu tinha potencial. Ele dizia para eu ficar quieto na minha e qualquer coisa que eu precisasse falasse com ele, que ele resolveria. Até hoje ele fala comigo com esse carinho. Kuki é tudo para mim.

Lúcio

- Parece que por a gente ter a mesma função, a gente disputaria a vaga no time. Mas não acontece dessa forma. Ele me ajuda muito, antes de todo jogo ele me dá muitas orientações. Por exemplo, para eu acertar o passe, cruzar com a cabeça erguida, marcar com atenção, subir para ajudar o ataque. Ele me ajuda muito, principalmente durante os treinos quando eu faço algo errado, ele vem e me mostra o jeito certo.

Roberto, empresário

- A gente se conheceu na Paraíba e ele gostou do meu estilo e me chamou para fazer um teste no futebol de Olinda. Eu passei no teste e ele queria me levar para um time de São Paulo, mas eu não pude porque machuquei o fêmur e precisei fazer um tratamento. Mesmo assim ele não desistiu de mim e me ajudou conseguir recursos para fazer a cirurgia. Além de ele sempre me ajudar, hoje eu moro com ele e a mãe dele em uma casa em Olinda. Ele é como um irmão para mim, o irmão que eu nunca tive

Auremir hoje veste a camisa do Vasco-RJ

 - Eu sempre conversei muito com Auremir quando ele era jogador do Náutico. Somos muito amigos. A gente vinha para o clube treinar juntos, voltávamos juntos e entra uma ida e outra batíamos muitos papos sobre nosso futuro. Ele me dava alguns conselhos do tipo “fique caladinho, mas converse e seja simpático com todo mundo. Hoje ele é um exemplo, uma inspiração para mim.

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